Macaíba

"Macaíba terra amada/ Histórica é uma beleza/ Filhos ilustres aqui brotam/ Manancial de nobreza/ Desde a sua fundação/ Desse solo, desse chão/ Tidos como realeza."

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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O folclorista Severino Vicente no Conexão Potiguar

Da Redação do PN

O presidente norte-riograndense de folclore, Severino Vicente, foi entrevistado pelo
jornalista Pinto Júnior na tarde de quarta-feira (24) no Conexão Potiguar.

Severino Vicente falou a respeito do seu livro “Folclore e cultura popular nas práticas pedagógicas”, da cultura folclórica e de sua estima pelo escritor Luís Câmara Cascudo.

Segundo ele: “O livro trata das novas conceituações de folclore, das culturas populares,além disso, é um livro feito para todo o país”.

Durante a entrevista, Severino Vicente, disse que o folclore não era estático. “Ele (o folclore) é uma ciência e como tal está sempre em transferência”, afirmou.

O escritor deixa claro também sua apreciação por Câmara Cascudo, segundo ele “tudo,
no Rio Grande do Norte, começou com Cascudo e terminou com Cascudo”.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Na corda do verso

Yuno Silva
repórter

Presente no cotidiano do nordestino desde o passado remoto, a literatura de cordel resiste ao tempo e continua sendo produzida com as mesmas características que a tornaram popular em feiras livres espalhadas, principalmente, por municípios do interior da região Nordeste.

Foto: Alex Régis
A relegada Poesia popular ganha espaço esta semana com lançamento da Caravana do Cordel, no IFRN, e lançamentos de livros como O Verso e o Briefing, de Clotilde Tavares

No mês dedicado ao folclore, uma série de eventos devem evidenciar ainda mais os livretos de origem Ibérica que eram comumente pendurados em cordas, cordões ou cordéis - daí o nome dessa forma primitiva de mídia, que fazia, e ainda faz, as vezes de rádio, televisão e jornal em muitos lugares.

A maratona de poesia popular começa amanhã, às 18h, na livraria Siciliano do Natal Shopping, com o lançamento do livro "O verso e o briefing - A publicidade na literatura de cordel" (Jovens Escribas), da escritora Clotilde Tavares; já na sexta-feira (26), durante todo o dia, o IFRN-Cidade Alta abre as portas para a Caravana da Casa do Cordel, que realiza extensa programação gratuita e aberta ao público a partir das 9h.

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A chegada do cordelista Zé Saldanha no céu


O evento, que contará com a presença da Ministra da Cultura Ana de Hollanda, em Natal para conhecer a brinquedoteca e o museu do brinquedo instalados no IFRN-Cidade Alta, marca o lançamento oficial do projeto itinerante que já passou pelos municípios de Florânia e Monte Alegre, com oficinas de cordel e xilogravura, sarau poético e palestras na bagagem. A iniciativa da Casa do Cordel reflete a força que a literatura popular ainda tem no RN, um fato comprovado na lista dos projetos selecionados pelo edital "Mais Cultura de Literatura de Cordel 2010 - Edição Patativa do Assaré", do Ministério da Cultura, onde potiguares figuram com destaque nas sete categorias. Entre os contemplados no edital do MinC está o poeta mossoroense Antônio Francisco, ocupante da cadeira 15 da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, cujo patrono é Patativa do Assaré.

Cordelista ambulante

O Poeta Silva, que estará presente no lançamento da caravana, traduz com propriedade a essência desse universo.

Manoel dos Santos Silva, 61, é um ambulante diferente: ele não vende doces, nem bebidas ou salgadinhos, muito menos acessórios para celular ou cópias de filmes hollywoodianos, seu produto é poesia - e vive exclusivamente disso há seis anos. "Trabalhava como garçom, e, a partir de 1990, nas horas vagas, comecei a vender meus cordéis na rua", informa o poeta, cujo principal ponto de venda é a passarela do Natal Shopping. "Todo mundo me conhece lá, sou o Poeta Silva da passarela", diverte-se o senhor de fala mansa e consciente da importância de se manter a tradição.

"Comecei a me interessar pela literatura popular aos 13 anos, quando meu pai me levava para ver as cantorias na cidade de Pedro Avelino", recorda Silva. Natural de Touros, o "poeta do mar colonial" passou a escrever instintivamente em 1986. "Só fui aprender a métrica das rimas agora, em 2009, quem me ensinou foi Deus", garante.

Questionado sobre a receptividade das pessoas, diz que enfrenta muita "turbulência": "Tem gente que não dá valor, não aceita nem um bom dia ou boa noite. Estou vendendo cultura, não aceito preconceito!", avisa. Pai de seis filhos, cinco vivos, Silva é um otimista e revela que um dia pretende ter sua banquinha pra vender os livretos que ele mesmo escreve e manda imprimir. "Ando muito o dia inteiro e estou ficando velho, às vezes me canso". Trabalha todos os dias até às 23h, limite de horário para pegar o último ônibus até sua casa no bairro de Nossa Senhora da Apresentação, na zona Norte da capital potiguar.

"Lembro que em setenta tinha muito cordel aqui no RN, em oitenta começou a desaparecer e em noventa quase acabou de vez. Só quem vendia era Seu Francisquinho na Feira do Carrasco, Quintas. Foi aí que comecei a fotocopiar minhas poesias", contou o ex-garçom do hotel Ducal e Samburá: "Até hoje faço meus bicos, tenho guardado em casa a farda, paletó e sapato", garante. Ele diz que atualmente vende bem menos cordéis que em 2006 devido a concorrência. "Já me chamaram pra vender DVD pirata, mas vejo amigos serem humilhados e prefiro continuar com meu negócio", disse. Sobre a preferência, revela que o público prefere mesmo são os versos picantes. "O povo quer é piada pesada, perjorativa, sacanagem. Mas cordéis sobre o cangaço também sai muito", finaliza.

Serviço

Quinta, 25 - Lançamento do livro "O verso e o briefing - A publicidade na literatura de cordel" (R$ 25), de Clotilde Tavares. Amanhã, às 18h, na Livraria Siciliano do Natal Shopping. Clotilde participa de bate-papo sobre a publicação na próxima segunda-feira (29), às 19h, no auditório da UnP da Floriano Peixoto, Petrópolis.

Sexta, 26 - Caravana da Casa do Cordel, das 9h às 22h no IFRN-Cidade Alta. Programação aberta ao público e gratuita: oficinas de cordel e xilogravura, sarau poético, apresentações musicais, lançamento de livros e CDs, feira de artesanato, palestras e exposições.

Casa do Cordel homenageia Zé Saldanha

Se depender de Abaeté do Cordel, que há quatro anos mantém em funcionamento a Casa do Cordel no centro de Natal, a concorrência de cordelistas vai aumentar. Autor de mais de 500 títulos, sem falar de outras centenas de livretos produzidos sob encomenda, Abaeté está à frente da Caravana da Casa do Cordel, iniciativa que pretende percorrer município do interior do RN com um pacote de atividades que incluem oficina de cordel e xilogravura, sarau poético e palestras. "Fazemos esse trabalho nas escolas de forma independente. Os professores gostam do cordel por ser mais simples repassar o conteúdo aos alunos por causa da métrica e da rima", informa Abaeté, que já passou com sua caravana por Florânia, em maio, e Monte Alegre, em julho.

De acordo com ele, há 36 modalidades de rimas: "Martelo agalopado, sextilhas, decassílabos, repente, oitava, nona...", enumera o poeta. Apesar do pouco tempo em atividade, a Casa do Cordel atende clientes de outras partes do país e chega a exportar seus livretos para os Estados Unidos, França e Alemanha. "Recebemos encomendas de Minas Gerais, São Paulo, Brasília, Salvador, Fortaleza e Santa Catarina. Como temos uma pequena gráfica própria, fica mais fácil publicar nossos livretos", comemora. Ao todo a Casa do Cordel reúne cerca de cinco mil títulos de vários autores. "Vamos criar por aqui o Canto do Poeta Zé Saldanha como forma de homenagear um dos maiores poetas populares que viveram aqui em Natal", diz apontando para uma parede - Saldanha falaceu há pouco mais de uma semana aos 93 anos.

Abaeté lamenta o fato do Agosto da Alegria não incluir a Casa do Cordel na programação. "Meu filho, Erick Lima, é a maior referência em xilogravura do Estado, quem sabe do Brasil, e só entraram em contato conosco para perguntar se queríamos participar de uma feira".

Entre os assuntos que ilustram os livretos, ou folhetos, há temas recorrentes como o cangaço, política, saúde, educação, trabalho, casamento, entre outros, e todos incluem o humor na fórmula. "O Brasil é o único país que ainda produz cordel, principalmente no Nordeste", afirma Abaeté.

A literatura de cordel e a publicidade

A afirmativa de Abaeté do Cordel é reforçada pela escritora e dramaturga Clotilde Tavares, que lança "O verso e o briefing - A publicidade na literatura de cordel" (Jovens Escribas) amanhã, às 18h, na Livraria Siciliano do Natal Shopping. "Somente no Nordeste do Brasil se produz o cordel da forma que conhecemos", garante Tavares. Seu livro é o desdobramento de uma palestra apresentada em 2008 na Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo, "mas não se trata de um texto acadêmico", avisa a escritora.

"Recebi o convite para preparar essa palestra traçando um paralelo entre a literatura de cordel e a publicidade. Já escrevi muito cordel sob encomenda, inclusive para peças publicitárias. No início do século 20 as informações chegavam em cidades do interior através do cordel, era o único meio de informação, e até hoje o aspecto jornalístico continua. Um bom exemplo disso foi a morte do Bin Laden, no dia seguinte já tinha cordel circulando com a notícia", reforça."As pessoas querem saber das notícias com a linguagem que conhecem e a literatura popular é um excelente meio de comunicação", aposta.

domingo, 21 de agosto de 2011

Lançamento da Caravana do Cordel


No mês de agosto, o IFRN Campus Cidade Alta será palco do lançamento oficial da Caravana Casa do Cordel, projeto itinerante que sairá pelos munícipios do Rio Grande do Norte apresentando diversas expressões da cultura popular da região. A volante do cordel é quem comanda a programação, que contará com palestras, lançamentos de livros e cds, oficinas de xilogravura e cordel, teatro de João Redondo, sarau poético e apresentações culturais.

A cultura popular do RN é muito rica, mas vem perdendo sua identidade e memória em detrimento de outras formas de expressão, bastante incentivadas pela mídia, que tem uma grande influência no público consumidor da cultura de massa.

Preocupado em resgatar uma parte importante de nossa história cultural e motivado pela carência da oferta de lazer e entretenimento aos municípios do Estado, este projeto propõe resgatar, fomentar e divulgar a arte da literatura de cordel, da xilogravura e outras tradições da cultura popular, no intuito de reacender o interesse pela riqueza e memória cultural do Rio Grande do Norte.

Partindo da premissa que “a arte nasce do povo”, nasce o desejo de interagir culturalmente com o próprio povo através dessas manifestações, para que haja sempre na expressão popular, o sentimento da arte de um modo geral e, ao mesmo tempo, mantenha viva a cultura do povo em seu cotidiano, contribuindo para ampliar os conhecimentos intelectuais, cooperando para o processo da redescoberta da arte, da cultura e da cidadania e manifestar a inclusão cultural.

Neste sentido, é preciso despertar o interesse pelas manifestações culturais locais, divulgando-as como oportunidade de fortalecimento da identidade comunitária e da valorização de suas raízes.

O lançamento do projeto Casa do Cordel em Caravana acontece na sexta-feira, 26 de agosto, com extensa programação aberta ao público das 9h às 22h, no IFRN Cidade Alta, Av. Rio Branco, 743.

PROGRAMAÇÃO

9h – Abertura

*Feira de cordéis e artesanato e chegada do grupo Folia de Rua.

*Lançamento do livro Histórias e memórias de um potiguar, de Malaquias José de Farias.

10h – Palestra

*A importância da cultura popular na educação, com Mery Medeiros, Drº Arnildo Albuquerque e Gutenberg Costa.

11h – Homenagem e intervenção

*Homenagem ao poeta Zé Saldanha.

*Intervenção poética com Manoel Cavalcante, Juarez Araújo, Emanoel, Rosa Regis, Hegos, Conceição Gama e Sírlia Lima.

14h – Oficinas

*Xilogravura, com Erick Lima.

*Cordel, com Manoel Azevedo e Abaeté.

17h – Teatro e poesia astral

*Teatro de João Redondo, com Genildo Mateus.

*Astrologia poética, com Malaquias José de Farias.

18h – Cerimonial

*Abertura do lançamento do projeto: Com Abaeté, José do Egito, Antônio Lima, Drº Arnildo Albuquerque, Mery Medeiros e representante do IFRN.

19h – Música e poesia

*Lançamento do CD Saudade da minha terra de Tonha Mota.

*Sarau poético com os poetas Ivan do cordel, Juarez Araujo, Neto Braga, Hailton Mangabeira, Zé Acaci e Antônio Francisco.

20h – Encerramento

*Zé Martins e Banda Fibra de Coco.

Cortejo cultural pelas ruas de Natal

Com o intuito de levar a cultura popular aos bairros da cidade, o projeto Agosto da Alegria promove o cortejo "Celebrando a Cultura Popular nos Bairros de Natal". O cortejo percorrerá, de 22 a 25 de agosto, sempre às 15h, os bairros das quatro zonas de Natal. O Agosto da Alegria é um projeto do Governo do Estado, promovido pela a Secretaria Extraordinária da Cultura/Fundação José Augusto em parceria com entidades públicas e universidades. "Celebrando a Cultura Popular nos Bairros de Natal" conta também com o apoio da Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seec).

Irão se apresentar grupos folclóricos de dança, teatro, bandas, baterias de escolas de samba, quadrilhas, entre outros. Grande parte das atrações é oriunda das Escolas Estaduais, Municipais e Particulares, Associações, Conselhos Comunitários, Clubes de Mães e Igrejas Católicas e Evangélicas.

O primeiro cortejo cultural acontece nesta segunda-feira (22), na Zona Norte da cidade. A concentração será na Praça dos Coqueirais, no Conjunto Santa Catarina, seguindo pela Avenida Florianópolis, Rua Ilhéus com destino a Praça de Eventos próxima a Escola Iapiçara Aguiar.

O cortejo prosseguirá com suas apresentações no dia 23, nas ruas da Zona Sul, com saída da Avenida das Alagoas, Neópolis (próximo a Yellow Vídeo), seguindo pela Avenida Ayrton Senna, Rua da Conquista, Rua Coparão, Rua Barbacena retornando pela Avenida das Alagoas até a Praça Tarcisio Maia;

No dia 24, o cortejo cultural irá invadir as ruas da Zona Oeste, com saída da Escola Municipal Joaquim Honório, seguindo pela Rua Baraúnas, Rua dos Pegas, Mercado das Quintas com destino a Rua São Geraldo.

A série de cortejos se encerra no dia 25, nas ruas da Zona Leste com saída da Escola Estadual Izabel Gondim - Rocas, seguindo pela Rua Pereira Simões, Rua do Areial, Rua Miramar até a Praça do Pescador na Praia do Meio. O cortejocontará, ainda, com a participação de grupos de dança, teatro e bandas filarmônicas de vários municípios.

Fonte: Tribuna do Norte

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Gutenberg Costa


Pesquisador, escritor, historiador, folclorista e conferencista. Estas são algumas facetas de Gutenberg Costa, nascido em Natal, no dia 8 de agosto de 1959. Sua paixão pela cultura popular remonta à infância, quando manteve os primeiros contatos com emboladores de coco e cantadores de viola, nos períodos de férias, em Pendências/RN.

Hoje, atua como sócio-correspondente do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia, da Academia Mossoroense de Letras/RN, da Comissão Paulista de Folclore/SP, do Instituto Memória de Canindé e do Instituto Marrocos de Estudos Sócio-Culturais/CE. Integra o corpo de estudiosos da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC).

O escritor é membro de várias instituições científicas nacionais: Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (IHGRN), Associação Estadual de Poetas Populares - Seção Natal e a Comissão Norte-rio-grandense de Folclore (CNF).

Possui 19 obras publicadas, dentre elas: "Natal: Personagens e Populares" - Edição Especial comemorativa ao 4º Centenário da Cidade do Natal; "A Presença de Frei Damião na Literatura de Cordel" - Homenagem ao Ano do Centenário de Nascimento de Frei Damião; e, a mais recente, "Presença do Folclorista Câmara Cascudo na Literatura de Cordel", que mereceu a Menção Honrosa no Concurso Nacional Câmara Cascudo.

Os próximos livros a serem publicados são: "Dicionário do Papa-Jerimum - Apelidos e pseudônimos do Século XVII ao XXI" e "Frei Damião: Algumas referências bibliográficas" (Em parceria com Mário Souto Maior).

Prêmios literários:
- 1º lugar no Prêmio Manoel Ferreira Nobre, 1998. Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.
- Menção Honrosa no Prêmio Nacional Câmara Cascudo, 1998. Fundação Capitania das Artes.
- Troféu Caju pelo conjunto de sua obra referente à cultura popular, 1998. Promotor cultural Lula Belmont.
- Prêmio Direitos Humanos na Área de Folclore, 1998. CDHMP.

Sobre Gutemberg Costa:

Aluízio Mathias, poeta e escritor
Falar do escritor e pesquisador Gutenberg Costa é contar a sua trajetória incansável pela Cultura Potiguar. Gutenberg Costa trilha pelos caminhos da Literatura de Cordel, do Cangaço, da História das Lutas Populares do Nordeste, do Folclore e da Religiosidade Popular. Publicou inúmeros artigos em vários jornais e revistas especializadas sobre esses temas. Proferiu palestras em vários Seminários e Encontros Culturais, a convite de instituições do país afora. Criou, em 1994, juntamente com o Prof. Adrovandro Claro, o Projeto "Mandacaru" - edições de poesias de cordéis. Quando esteve na Fundação José Augusto, em 1995, idealizou o Projeto "Chico Traíra", criando condições para a publicação de trabalhos inéditos de cordelistas potiguares. Ainda em 1995, foi eleito Conselheiro Municipal de Cultura, em Natal. Foi consultor do Projeto "Poesia Circular II", indicando poetas populares e trovadores para aquela fase de edição do projeto em 1996.

Ático Vilas-Boas da Mota, presidente da Comissão Nacional de Folclore
Gutenberg pertence à geração dos novos expoentes potiguares dispostos a darem continuidade à obra dos seus coestaduanos - ilustres e prodigiosos - no afã de não deixarem no limbo do esquecimento o legado de nossa cultura popular, o qual, sem o cuidadoso zelo de sua parte e dos seus pares, estaria totalmente condenado à poeira do tempo.

Dorian Gray Caldas, artista plástico e poeta
São inúmeros os estudiosos do cordel em nosso país, principalmente, os jovens das universidades desenvolvendo teses e estudos comparativos das abrangências do cordel das mais diversas especificidades. Destaco, em nosso Estado, estudos da importância dos de Gutenberg Costa. Ressaltamos, também, a contribuição de Veríssimo de Melo... e não esquecendo nunca a contribuição maior de Câmara Cascudo na abrangência de seus "Cinco Livros do Povo" e do "Dicionário do Folclore", obra maior da nossa formação étnica e antropológica."

Gutemberg Costa, além de inúmeros artigos publicados em revistas e jornais, já publicou, na área do Folclore, Gota de sangue num mar de lama (1992), Profetas do Nordeste (1994), Zumbi 300 anos depois (1995), O cangaceiro Antônio Silvino e sua presença no Rio Grande do Norte (1996), O riso da batina - anedotário histórico, folclórico e religioso da terra potiguar (1996), A presença de Lampião na literatura de cordel (1997), A presença de Frei Damião na literatura de cordel (1998), Santa Luzia e os olhos na religiosidade do Folclore (1998), A influência do cangaço na música popular brasileira (1998), Santo forte e lembrado, povo curado (1999) e Padre João Maria - o santo de Natal na literatura de cordel (1999).

Fonte: www.onordeste.com

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Entrevista >> Deífilo Gurgel - Por Sérgio Vilar

A brisa areiabranquense moldou a personalidade infantil de Deífilo Gurgel. Mas brotou dos serrotes verdejantes de Caraúbas o alumbramento poético adolescente. A sensação de vislumbre diante daquelas elevações e depressões distintas da paisagem plana de Areia Branca permanece mesmo aos 85 anos. Um dos maiores folcloristas vivos do Brasil gosta da volta ao passado. Recita poesias longas de Ferreira Itajubá, todas elas carregadas de nostalgias. A memória de Deífilo talvez seja tão prodigiosa quanto o seu conhecimento do folclore; tão intensa quanto a sua humildade e frieza quando encara os auspícios da alegria ou as armadilhas da tristeza. Na sobriedade característica, encara a velhice com alguma indiferença. Força a vitória contra as limitações da idade. O caminhar já se faz difícil. Quando se levanta, comenta: "É preciso equilíbrio. Estou igual aqueles prédios que balançam, mas não caem". E estabelece metas, sonhos para um futuro nem tão próximo. No alongado dos dias presentes, mantém a companhia do seu maiorinstante de euforia vivido: a mulher Zoraide. Além da visita constante dos nove filhos. Mas Deífilo é pai de muitas outras crias. Três delas talvez formem a "santíssima trindade" do folclore potiguar: a romanceira Militana Salustino, o coquista Chico Antônio, e o mamulengueiro Chico Daniel. E se é contra o natural dos acontecimentos o pai ver seus filhos morrerem, este filho legítimo do folclore assiste diariamente a decadência da arte popular, do folclore que o adotou já aos 44 anos. E desde então se tornou seu herdeiro mais legítimo.

Foto: Ana Amaral/DN/D.A Press

Muito se foi dito a respeito das suas descobertas no folclore, sobretudo de Dona Militana, Chico Antônio e Chico Daniel. Qual foi a mais gratificante?

Sim, dei muito mais entrevista do que mereço. Além desses três, redescobri Fabião das Queimadas e um romance cantado por ele desconhecido até então, chamado Cavalo do Moleque Fogoso. Mas o mais gratificante talvez tenha sido Chico Antônio porque foi uma completa surpresa. Maria José (dona Militana), eu já desconfiava porque tinha entrevistado o pai dela, que me cantou dois romances muito bons. Quando Mário de Andrade escreveu em seu diário a vida de Chico Antônio, cantando côco e bebendo sem parar, pensei que ele fosse se acabar logo, mas morreu com mais de 90 anos. Agora, a figura mais importante para a cultura é Militana.

Romanceiro Potiguar - fruto de pesquisa de mais de 10 anos - será lançado quando?

Segundo João Faustino me informou (o senador solicitou verba federal para publicação de quatro livros em parceria como a Academia Norte-rio-grandense de Letras) deve ficar pronto entre setembro e outubro. E como disse Mário Andrade em resposta a Manoel Bandeira, que perguntou qual o folclore mais importante que ele viu, o RN, disse ele.

O RN é detentor de uma cena rica do folclore. O senhor, um pesquisador nato reconhecido nacionalmente. Deífilo Gurgel pode ser considerado o maior folclorista vivo?

Um dos maiores. O professor Bráulio Nascimento, da Paraíba, que vive no Rio desde rapazote, e o paulista Américo Pellegrino Filho são muito bons. Bráulio tem pesquisa vastíssima sobre o romanceiro ibérico e nacional. Américo se debruça mais sobre esse folclore mais novo. E tem outros mais.

Dos cerca de 200 romances catalogados, uns 100 chegaram ao Brasil. Desses, o senhor descobriu uns 40. Quantos o Bráulio descobriu?

De raspão ele toca em quase todos eles, principalmente os romances ligados aos bois.

Esse livro do Romanceiro será o seu último?

Penso na segunda edição do meu livro de poemas, acrescentando alguns inéditos. E também a segunda edição do Espaço e Tempo no Folclore Potiguar. De repente pela Fundação José Augusto.

O senhor trabalhou em várias gestões culturais. Qual delas prestigiou mais o folclore?

Quando cheguei, tinha saído Franco Jasielo e entrou Sanderson Negreiros, sem muito interesse pela cultura popular. Depois veio Evaristo Leão, um professor de educação física que não fez p*... nenhuma pelo folclore. Depois, Valério Mesquita: fez alguma coisa, sem muito destaque. Seguido por Paulo Macedo, também sem interesse. Cláudio Emereciano também não. Iaperi talvez tenha sido o melhorzinho. Mas foi João Faustino quem realmente trabalhou pelo folclore.

Até hoje falta concretizar o espaço Xico Santeiro...

De uns tempos pra cá, desde aquelas nossas primeiras conversas, pensei no seguinte: esses grupos têm um repertório incrível. Há dez anos, por exemplo, filmei três horas de brincadeiras e cantorias da Chegança. Quem hoje tem saco para ver isso? Não assistem nem mais TV durante esse período. Ninguém entende mais o significado daquilo. Folclore precise de leitura.

Esse espaço não seria então um local de resistência?

Seria uma boa um espaço assim e um corpo de auxiliares que me ajudassem na revisão disso tudo. Em vez de 27 cantorias da Chegança, por exemplo, cantariam cinco. Em vez da apresentação com 40 figurantes do Fandango, só 20. E um microônibus deslocaria essa gente pelo interior e casas de cultura. Seria uma maneira de manter vivos os grupos, as casas de cultura e o folclore.

E há alguns resistentes...

Chico Daniel foi inegavelmente o maior mamulengueiro, mas o filho dele, Josivan, está aí. Mas é um cara que precisaria ser bem pago para continuar sua arte. Severino Guedes, do Bambelô Asa Branca, no Alecrim, morreu, seus filhos tentaram manter, mas desistiram; seguiram a religião evangélica: um sumidouro para o folclore. Se tivessem recebido incentivos talvez tivessem permanecido. Faz um tempo, vieram dois pernambucanos documentar o Fandango e Chegança de Canguaretama. Isaura (Rosado) me disse que assistiu uma apresentação de um grupo mirim de Fandango em Pernambuco. Só pode ter sido influência desse trabalho feito no Rio Grande do Norte. É questão de planejamento. Mas pra eu pensar tudo só, é de lascar (boceja, quando eram 21h).

E rotina: faz exercícios?

Faço exercício no quarto mesmo, quando acordo: uns exercícios respiratórios, uma flexões nas pernas, nos braços. Inclusive tenho uma bursite no braço - ô nome feio da p*..., ne? (risos).

E alimentação: conserva os hábitos interioranos?

Nos tempos de jovem eu fazia compra naquele mercado da Cidade Alta que pegou fogo. Comprava carne de gado, umas costelas com dois dedos de gordura. Eu cortava a gordura, parecia um queijo, aí comia pura. Isso me rendeu uma ponte de safena e duas mamárias. Mas foi há dez anos. Desde então, nunca mais. Hoje como principalmente frutas. Tenho meus 50 e poucos quilos. Mas meu peso nunca passou de 70.

A velhice é mesmo a chamada melhor idade?

Fico admirado de estar vivíssimo com 85 anos. Meu pai morreu com 64 com câncer no pâncreas. Minha mãe morreu com 77 de velhice. E do jeito que estou vivo e estribuchando, vou durar mais um bocado (risos). São raros os da família com mais de 80. Só meu avô paterno, que durou mais de 90 anos, mas era aquela vida no Sertão, né?

Quais foram os estresses?

(Olha para Carlos Gurgel, à frente, e ri) Foi desobediência. Esses danados (os filhos)... eu falava o que era o certo, mas insistiam em desobedecer. Mas cresci e evolui. Cansei de dizer o que é certo e errado. Não vim ao mundo para julgar, mas para tentar compreender meus semelhantes. Convencer o outro de que o melhor é o ABC ou o América é besteira.

São nove filhos. E a TV?

(Risos) Quando fiz os cinco primeiros, não tinha TV. Todo ano era um. Depois foram de três em três anos. E aí foram mais quatro.

Qual a maior alegria na vida?

Sei nem lhe dizer. Sou muito frio, sem muitas expansões pra essas coisas: nem para alegria nem para tristeza. Quando meu pai faleceu, fui ao sepultamento em Mossoró. Os outros filhos choravam, mas eu não sentia vontade. Com minha mãe,também. Mas quando descobri Zoraide pela primeira vez, fiquei emocionado, admirando a beleza dela. As amigas diziam que era a mulher mais bonita da cidade. E eu, um provinciano que veio do oco do mundo, iria conquistar? Mas depois de muito assédio, conquistei a rainha.

E a maior decepção?

Sou um cara que me acomodo muito com os percalços da vida. Mas o meu primeiro emprego veio quando passei em primeiro lugar entre 120 candidatos no concurso público para cargo de datilógrafo no Ipase. O gerente, Jurandir Cerri, viu meu interesse no serviço e fui promovido. Quando Getúlio Vargas foi deposto, o gerente eleito foi Eurico Dutra. Ele esculhambou o Ipase, quando eu já era delegado lá, e me substituiu por um contínuo do partido político dele. Eu nunca tive partido na vida. Aí fiz uma representação direta para o presidente Alcides Carneiro, da Paraíba. A resposta foi dez dias de suspensão. Não contei conversa e pedi demissão depois de oito anos no Ipase. Depois fui ser caixa no Banespa, onde passei 17 anos (nesse período, Deífilo se forma em Direito, em 67). Mas lá também pedi pra sair. Eu era meio doido nessa época. E me vi cinco meses desempregado, casado e com cinco filhos.

Foi quando a cultura o salvou?

Eu morava em uma casinha humilde em Areia Preta. Estava sentado em um banquinho próximo à Praia da Jangada, conversando com Zoraide sobre a vida, e João Faustino me aparece dizendo que tinha sido nomeado pra secretário de cultura na administração de Ubiratan Galvão e me convidou para ser diretor de promoções culturais, ganhando até mais. Não pensei duas vezes.

Qual sua ligação com a cultura e com João Faustino?

Edson Maranhão, pai de João Faustino, foi assessor jurídico no Ipase. Era amigo meu. E conheci João ainda menino de calça curta. Ele acompanhou a publicação de meus poemas nos jornais e resolveu me convidar. Minha função na secretaria era promover a cultura erudita e popular, mas me virei totalmente à arte popular, que não tinha praticamente nada a respeito. Cascudo só publicou o primeiro livre sobre folclore em 1949! (Sobre Vaqueiros e Cantadores).

Como os trabalhos iniciaram?

Já era 1970. Djalma Maranhão havia sido deportado há oito anos. No governo dele aconteciam grandes festivais de folclore. Nunca me interessei. Quando fui trabalhar com João, a mulher do governador Cortez Pereira, Aída Cortez, resolveu promover uma festa natalina com várias apresentações dos grupos tradicionais dos antigos festejos promovidos por Djalma. E eu fui o encarregado disso. Chamei o senhor Joaquim Caldas Moreira, braço direito de Djalma naquela época, para arregimentar esses grupos. Quando vi a primeira apresentação, do boi de reis de São Gonçalo, veio meu interesse. Me cerquei de uma biografia razoável e me aprofundei no estudo do folclore.

E a ligação com a poesia?

Trazemos do berço. Em Areia Branca eram aquelas águas desaguando no oceano: uma paisagem muito plana. Eu já sentia alguns pluridos poéticos, mas pela pouca idade e falta de orientação, não me arrisquei. Quando eu ia de férias à casa do meu avô em Caraúbas, já com10 ou 12 anos, ficava encantado com aquela natureza, aquelas serras. Eu ficava na calçada do meu avô olhando aquilo tudo. E lá não passava automóvel, só carros de boi, jumenteiras. E escrevia meus primeiros poemas: "Da esquina da rua do meu avô/ eu via o trem de carga do Patu/ que passava por trás do sítio de seu Joaquim Amâncio/ lançando na calma tarde sertaneja/ o seu apito longo e dolorido/ e lançava no meu coração doente de menino/ as primeiras sementes de poesia". Muita coisa da minha poesia, até hoje, são evocações de minha época de menino.

A poesia vem de Caraúbas e...

Tem uma frase de poema meu que sintetiza bem isso: "Onde termina o real; onde começa a poesia". (E cita um poema) Era ali que começava a poesia em mim.

Fonte: Diário de Natal

domingo, 14 de agosto de 2011

Sociólogo defende ensino da literatura de cordel nas escolas de ensino fundamental e médio

A literatura de cordel tem um papel fundamental na história do Brasil, mas esse gênero ainda é muito desconhecido, lamenta o professor de sociologia Fernando Antônio Duarte dos Santos, o Nando Poeta. Ele coordenará, no próximo dia 27, o 1º Fórum de Cordel em São Paulo, que reunirá acadêmicos, pesquisadores e poetas para debater a importância do ensino dessa arte nas escolas de ensino médio e fundamental.

Nascido no Rio Grande do Norte, Nando Poeta leciona há quatro anos em uma escola estadual da zona sul da capital paulista. Ele é um dos defensores dessa difusão cultural. “O cordel ainda é muito excluído da academia, com algumas exceções, a exemplo da USP [Universidade de São Paulo], que tem uma cadeira para o estudo.” Segundo o professor, mesmo no Nordeste, os espaços ainda são muito fechados.

Para Nando Poeta, o fato de a literatura de cordel estar muito direcionada às temáticas sociais torna ainda mais importante a ampliação de espaços para o ensino desse gênero.

De acordo com o professor, uma das obras de cordel mais requisitadas é a de autoria de José Pacheco: A Chegada de Lampião no Inferno. Um dos trechos diz: “Um cabra de Lampião/Por nome Pilão Deitado/ Que morreu numa trincheira/Em certo tempo passado/Agora pelo sertão/Anda correndo visão/Fazendo mal-assombrado.”

No cinema, o cordel também foi adotado em trabalhos como O Homem que Virou Suco, filme brasileiro de 1981, dirigido por João Batista de Andrade, e Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), de Glauber Rocha.

Da Agência Brasil

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Morre o cordelista potiguar Zé Saldanha

Por Marília Rocha


"Ele contava a vida em prosa e verso". É assim que a família de José Saldanha Menezes Sobrinho, o Zé Saldanha fala sobre o poeta potiguar conhecido por seus cordéis criativos que morreu na tarde desta terça-feira (9), no hospital São Lucas em Natal vítima de complicações após cirurgia do intestino delgado.

Zé Saldanha estava internado há trinta dias, após ter dado entrada na UTI para fazer uma cirurgia de emergência no intestino. Com um estilo de vida "feliz", Zé Saldanha comentava que gostava tanto de viver que queria "emendar uma vida na outra" para não deixar de protagonizar a vida.

De acordo com informações do genro de Zé Saldanha, Felizardo França, o poeta morreu por volta das 15 horas e deve ser velado no Morada da Paz de Emaús, na capela central a partir das 19h até as 11 horas da manhã da quarta-feira (10), horário em que o poeta será enterrado.

Felizardo conta que a família está abalada, mas tem recebido com alegria as homenagens feitas ao poeta de 93 anos. "Eu nunca tinha visto tanta gente no hospital, ligando e querendo saber dele", afirma o genro.

Uma grupo de amigos de Zé Saldanha está reunido em Natal para prestar as primeiras homenagens ao cordelista que deixa 7 filhos, 23 netos e 8 bisnetos.

Em conversa com o portal Nominuto.com, o genro de Zé Saldanha contou que aos 81 anos o poeta resolveu fazer cursos de infromática e aprendeu a digitar seus textos no computador. "Ele era um exemplo de superação, que podia vencer tudo e conquistar o que quisesse", conta emocionado Felizardo.

Zé Saldanha
Nascido e criado na Fazenda Piató, em Santana dos Matos, o poeta tinha os pés no interior do Estado e conservava o espírito jovem com observação do cotidiano nas mais de 300 publicações prórpias.

Saldanha publicava anualmente almanaques (livretos onde o cordelista faz previsões sobre o tempo, fornece orientações e informações agrícolas, folclóricas e religiosas baseadas no senso comum), e mais recentemente, o Dicionário de Poetas Cordelistas do Rio Grande do Norte.

Fonte: NOMINUTO.COM

Morre o poeta José Saldanha

A poesia potiguar ficou mais pobre, morreu hoje, aos 93 anos e em plena atividade poética José Saldanha Menezes Sobrinho, ou Zé Saldanha, como era mais conhecido. Zé Saldanha era o poeta mais velho em atividade e ícone pra todos nós poetas cordelistas. Desde 10 de julho estava internado na Casa de Saúde São Lucas, onde se submeteu a uma cirurgia.

Na ocasião da foto abaixo, na FIART, onde Zé Saldanha era presença marcante.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Novo olhar sobre a antiga tradição da xilogravura


A arte de entalhar imagens em uma matriz de madeira, técnica comumente utilizada como uma espécie de carimbo para ilustrar livretos de poesias popular, está deixando de ser vista com exclusividade nas páginas do tradicionalíssimo cordel. De três décadas para cá, cada vez mais a xilogravura vem ocupando galerias de arte e suas possibilidades estéticas recebendo a devida atenção da academia. Como forma de reforçar esse novo olhar sobre a antiga tradição, três artistas resolveram buscar um ponto em comum ao conceber a exposição "Xilogravuras e Imagens Poéticas", em cartaz até o próximo dia 31 de agosto no IFRN-Cidade Alta. A visitação é de segunda a sexta-feira, das 9h às 20h.
DivulgaçãoXilogravura do cavalo marinho de Rose CatãoXilogravura do cavalo marinho de Rose Catão

A abertura da mostra, que reúne xilogravuras da paraibana Rose Catão, do pintor gaúcho Miguel Mertollo e da poetisa potiguar Neide Santos, está marcada para hoje, às 19h, na galeria de arte da instituição. "Considerando que as linguagens sempre coexistiram, a xilogravura se interliga a pintura e poesia, e juntas trazem à tona uma pluralidade de significados que se manisfesta por mais de um código semiótico", informa a curadoria da exposição, co-assinada por Catão e pela professora de produção cultural do IFRN Mara Mattos. Segundo as curadores, é a partir dessa visão múltipla que o visitante poderá perceber a interação entre xilogravura, poesia e pintura.

Contrastes

A cultura, os costumes e a paisagem nordestinas também inspiram a artista plástica italiana Anna Bloise, que expõe, até o dia 19 de agosto, série de pinturas na galeria de arte da Aliança Francesa de Natal. Intitulada "Contrastes", a mostra alterna suavidade com aspereza, marcas tribais e símbolos modernos, claro e escuro, entre outros contrastes que envolvem o expectador através de expressões que aguçam os sentidos.

"As cores, os odores e a sonoridade provocaram um movimento contínuo em minha mente e se colocaram sempre na vanguarda da minha investigação sobre a vida. Acredito que da experiência nasce a verdade e logicamente, nasce uma arte instintiva, forte e instigante", pontua Bloise, ao buscar explicações para os contrastes pessoais que a levaram produzir essa exposição.

Fonte: Tribuna do Norte

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Festival no Beco da Lama começa hoje

A Cidade Alta vira território musical a partir desta quarta-feira, com a maratona sonora do 'Beco da Lama Festival' Serão 14 noites e duas tardes de apresentações, com bandas e cantores de variados estilos, entre reggae, rock/pop, hip hop, samba-rock, blues, hardcore, brega e algo mais. O projeto é uma comemoração ao primeiro ano do Beco Musical. A programação irá até o dia 31 de agosto, sempre aos fins de semana.

A noite de abertura, hoje às 20h, será com as bandas Camarones Orquestra Guitarrística e Hossegor, ambas fazendo rock instrumental em diversas velocidades e balanços. Na sexta (05) terá Eternamente Jah e Bob Marlon. A programação foi sugerida via Twitter e Facebook, reunindo nomes conhecidos a novatos. Entre os shows que serão apresentados até o fim do mês estão DuSouto, MC Priguissa, Clara e A Noite, Mobydick, Rastafeeling, Orquestra Boca Seca, Rodrigo Lacaz, entre outros.

Serviço:

Festival do Beco da Lama, de hoje a 31 de agosto. Entrada franca, Cidade alta.

Fonte: Tribuna do Norte