Macaíba

"Macaíba terra amada/ Histórica é uma beleza/ Filhos ilustres aqui brotam/ Manancial de nobreza/ Desde a sua fundação/ Desse solo, desse chão/ Tidos como realeza."

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sábado, 31 de dezembro de 2011

RN / Sanção do Fundo Estadual de Cultura

RN / Sanção do Fundo Estadual de Cultura

Na manhâ de hoje as 9h no Palácio Potengi - Pinacoteca do Estado, a governadora Rosalba Ciarlini sancionou a Lei que cria o Fundo Estadual de Cultura (FEC), aprovado na Assembleia Legislativa no início desse mês, que terá 0,5% da receita líquida do ICMS para ações de cultura, o que deverá ficar entre R$ 12 milhões a R$ 15 milhões. O FEC é um antigo pleito da classe artística e seus recursos serão destinados da seguinte maneira: 50% para a Região Metropolitana (que engloba 10 municípios) e 50% para o interior do Estado. Dentro desses valores, 15% o patrimônio arquitetônico tombado 5% para o Sistema Estadual de Bandas de Música, 5% para o Sistema Estadual de Bibliotecas, 5% para o Sistema Estadual de Museus e, 40% será disponibilizado para o atendimento a ações de interesse do estado e dos municípios e 30% para atendimento, através de editais, aos vários segmentos culturais e artísticos.

"O FEC é revolucionário em vários aspectos, mas vou destacar dois: ele integra os outros municípios do RN, que estão além das fronteiras da região metropolitana, ao financiamento cultural, antes esquecidos além disso, o FEC permitiu recursos carimbados para alguns sistemas e patrimônio arquitetônico, e isso é também um importante dispositivo legal que nos permitirá incentivar a criação e manutenção de bibliotecas, museus, dentre outros, sem falar na possibilidade real de fazermos manutenção do nosso patrimônio tombado", disse Isaura Rosado.

Fonte: http://www.cultura.rn.gov.br/contentproducao/aplicacao/sec_cultura/imprensa/enviados/noticia_detalhe.asp?nCodigoNoticia=26726

http://culturademacaiba.blogspot.com/

Entrevista de Marciano Medeiros concedida ao jornalista Joaquim Pinheiro

Perfil do entrevistado

 Marciano Batista de Medeiros nasceu em Santo Antônio/RN, aos 18 de setembro de 1973. É filho de João Batista de Medeiros e Francisca Viana Salustino Medeiros.  Publicou vários folhetos de cordel e inúmeros perfis biográficos de ilustres personalidades que fazem parte da história do Rio Grande do Norte. Marciano declara ser admirador da obra deixada pelo maior cordelista de todos os tempos, o vate paraibano Leandro Gomes de Barros. Recentemente o poeta ficou em quarto lugar, num concurso de cordel promovido pelo Centro de Tradições Nordestinas, sediado no Estado de São Paulo. O autor é o mais jovem imortal da Academia Norte-rio-grandense de Literatura de Cordel-ANLIC, ocupando a cadeira de número 31, cujo patrono é Luiz Felipe Nerís.

Entrevista concedida ao jornalista Joaquim Pinheiro

O que representa a criação da Academia Norte-rio-grandense de Literatura de Cordel?

Foi uma grande e memorável aquisição, para os persistentes e audaciosos cordelistas potiguares. Finalmente o sonho acalentado pelo pesquisador Gutenberg Costa foi materializado, naturalmente com apoio de valorosos companheiros, que muito contribuíram na organização da Academia. Foram muitas as reuniões acontecidas, inicialmente na Casa do Cordel, para que as decisões fossem tomadas de modo democrático. Após debaterem exaustivamente, organizaram todos os trâmites burocráticos e a Academia tornou-se uma realidade.

A atividade cordelista tem sido reconhecida pelas autoridades do Estado e do município?

Sem querer ofender ninguém, observo atitudes isoladas por parte dos representantes do Estado. Quando o poeta tem um nome feito, no sentindo da divulgação de sua obra, aparecem alguns projetos e iniciativas interessantes. Agora quando estamos na fase inicial, fica mais difícil receber apoio, por parte das autoridades que dizem nos representar.

O que está faltando para que isso aconteça?

Falta sensibilidade e algumas iniciativas simples. A produção de um folheto de cordel com oito páginas, numa tiragem de mil exemplares, sai em média por 200 reais, uma quantia irrisória, para o orçamento de qualquer prefeitura. Os municípios poderiam promover concursos de cordel, premiando até os terceiros lugares e publicando os dez melhores trabalhos.  Observo também que poderiam criar fundações de cultura, com gráficas que realmente funcionassem, sem aquela velha e repetida história, do tem mais tá faltando.

O cordel precisa ser mais divulgado nas escolas públicas, por exemplo?

Com toda certeza. Nossos estudantes precisam conhecer cada vez mais, tão bela manifestação da cultura nordestina. O cordel desde quando saiu da Península Ibérica, ganhou características incomuns no território sertanejo. Existe uma emocionante magia, que deriva para uma forte comoção, quando escutamos a leitura dum romance falando a respeito de Lampião, ou do bravo Antônio Silvino. Devo relembrar também, as grandes obras do mestre Leandro Gomes de Barros e de José Camelo de Rezende, que permanecem como modelos clássicos, até hoje não superados. Autores a exemplo dos que citei e muitos outros, devem ser conhecidos pelas novas gerações. Para uma melhor e efetiva divulgação, nossas autoridades deveriam reeditar os grandes romances da literatura cordel.

O Rio Grande do Norte conta com grandes cordelistas? Cite alguns nomes para exemplificar?

O Estado potiguar tem uma particularidade incomum, a maior produção de folhetos inéditos do Brasil. Trabalhos versando sobre traição conjugal, sobre biologia, biografias e muitos outros temas, são abordados pelos poetas e poetisas do Rio Grande do Norte. A Casa do Cordel divulga vários destes trabalhos, numa atitude corajosa e pioneira, fazendo muito para divulgar o autor iniciante. Tal instituição fica na Rua Vigário Bartolomeu, pertinho da prefeitura de Natal. Nossos grandes poetas? Temos muitos, a começar por José Saldanha, falecido recentemente, que dedicou sua vida ao cordel. Depois posso mencionar Manoel Justino, Antônio Francisco, Paulo Varela, Crispiniano Neto, Rosa Régis, Xexéu, José Acaci, Isaias, Abaeté, Hélio Gomes, Manoel Silva, Os Macedo, Américo Pita, Marcos Medeiros, Boquinha de Mel, Francisco Queiroz e muitos outros que poderiam ser citados, porém pela exiguidade do espaço nessa entrevista, tenho que resumi-los nos representativos nomes que acabei de mencionar.

Existe correlação do cordel com a viola?

Existe sim. Toda cantoria de viola é a iniciada com uma “sextilha,” o gênero mais usado na elaboração dos folhetos de cordel. Os cantadores de viola são nossos “primos”, profissionalmente falando, e também nossos excelentes professores. Aquele que se dedica a escrever o folheto de cordel, não perde nada ouvindo um bom cantador de viola.

 A novela Cordel Encantado deu mais visibilidade a atividade cordelista?

Já ouvi alguns protestos dizendo que não. Pessoalmente acho que sim, pois muitos amigos me diziam: “Lembrei de você assistindo a novela Cordel Encantado.” Pra quem não é do Nordeste, as autoras Thelma Guedes e Duca Rachid, deram um show de bola, unificando os enredos clássicos do cordel, aos maravilhosos elementos dos contos de fadas. O resultado foi excelente, confirmado na audiência que a novela tinha, prendendo até a atenção dos homens, que viramos noveleiros assumidos, debatendo acaloradamente as cenas da novela, com nossos familiares e os amigos, logo após a exibição dos capítulos. Naturalmente a novela não poderia falar só sobre cordel e mesmo de forma resumida, levou parte da nossa cultura para todas as regiões do Brasil.

Recentemente você foi empossado na Academia Norte-rio-grandense de Literatura de cordel. Como recebeu essa honraria e o que é que isso representa para você?

Fiquei emocionado e feliz por tão valoroso e importante reconhecimento, conforme já pude externar ao professor Marcos Medeiros, que me indicou para integrar a recém-criada instituição e a todos os demais colegas que apoiaram meu nome para poder fazer parte desta Academia. Desejo a presidenta Rosa Régis e ao seu vice, Hélio Gomes da Silva, muito sucesso nessa grande e mosaica jornada, que é a unificação dos cordelistas em terras potiguares.






domingo, 25 de dezembro de 2011

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

CIA. INTERART DE TEATRO


CIA. INTERART DE TEATRO - Lagoa do Sítio - Macaíba/RN
Acesse http://interartdeteatro.blogspot.com e conheça mais sobre este fantástico grupo teatral da nossa Macaíba.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Macaíba celebra o Natal com “Uma História de Amor”

Diretor - Juscio Marcelino
A prefeitura de Macaíba inicia amanhã a programação oficial do ciclo natalino com o espetáculo itinerante “Uma História de Amor”.

No auto, será contada a história do nascimento de Jesus de uma forma bem humorada, num texto enriquecido pela poesia de cordel e pelos bailados exaustivamente ensaiados nas últimas semanas.

Cordelista Hailton Mangabeira
A ficha técnica do espetáculo traz nomes conhecidos da cena artística potiguar, como Juscio Marcelino; que responde pela autoria, direção e figurino; e Hailton Mangabeira, cordelista macaibense que, além de atuar, empresta seus dotes literários ao auto natalino. Ao todo, quase 60 pessoas estão envolvidas com a produção da peça, que irá percorrer 7 comunidades das zonas urbana e rural até o dia 21 próximo.

Programação (sempre às 19h):
Dia 10/12 – Cajazeiras
Dia 12/12 – Capoeiras
Dia 13/12 – Lagoa do Sítio 1
Dia 14/12 – Traíras
Dia 16/12 – Cana Brava
Dia 17/12 – Mangabeira
Dia 21/12 – Praça Paulo Holanda Paz (Centro)

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Noite festiva para a Escola Municipal João Faustino na Livraria Siciliano do Shopping Midway

Alunos, professores e funcionários da Escola Municipal Prof. João Faustino estiveram na Livraria Siciliano, do Shopping Midway Mall para lançar o Filme "Os Pés de Benedita". Na ocasião, o aluno da EJA, Miguel Arcângelo, fez o lançamento do Cordel: Caminhos para a liberdade. Foi uma noite festiva para todos nós. Também houve apresentação da Orquestra Potiguar de Violas, com o Maestro Marcelo Othon, presença dos cordelistas Paulo Varela, Boquinha de Mel, Abaeté, Jadson Lima, Sírlia Lima, Hegos, Juarez, entre outros.







quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Os Pés de Benedita será exibido no III Festival Literário da Pipa - Flipipa

Exibição será no dia 18/11, às 18 horas.

Click na imagem:




Confira a programação: http://www.flipipa.org/p/programacao_29.html

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Aluno da EJA da Escola Municipal João Faustino lança cordel no Shopping



O aluno Miguel Arcângelo Campos, da Escola Municipal  João Faustino, que fica situada no Distrito Industrial de Macaíba, lançará seu novo cordel no dia 17 de novembro, as 19h, na Livraria Siciliano do Shopping Midway Mall, dentro do Projeto Cordel no Shopping, edição de novembro.
Na ocasião, também haverá o lançamento do Filme “Os Pés de Benedita” do professor e roteirista Hailton Mangabeira. Fruto do projeto pedagógico “Cordel na Escola”, o filme “Os Pés da Benedita” já colhe os frutos de um árduo trabalho em prol da cultura popular. O tem direção de Lula Borges, direção artística de Gláucio Teixeira Câmara e trilha sonora de Carlos Zens.



quarta-feira, 9 de novembro de 2011

sábado, 29 de outubro de 2011

Carlos Zens e Hailton Mangabeira - Fuxico de Feira nos Pés de Benedita


A trilha sonora do filme "Os Pés de Benedita", "Fuxico de Feira" é de autoria de Carlos Zens, fato que nos orgulha muito, por Carlos Zens ter aceitado de primeira a participação no filme, cendendo os direitos autorais para que pudéssemos utilizá-la no filme. Muito obrigado Carlos Zens, pelo apreço e pelo carinho.

Conheça mais Carlos Zens, artista potiguar que é conhecido mundialmente. Acesse: www.carloszens.com.br 


quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Hailton Mangabeira e Banda Pedubreu no Festival da Canção da Assembléia Legislativa - Etapa Assu

Mais uma vez, Hailton Mangabeira e Banda Pedubreu juntos. Com a música "Rio Potengi" de autoria de Hailton Mangabeira, a Banda Pedubreu participará do Festival da Canção da Assembléia Legislativa, etapa Assu, que ocorrerá nesta sexta-feira (28/10).




quarta-feira, 26 de outubro de 2011

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Sites e blogs que divulgaram o lançamento do filme "Os Pés de Benedita"

Muito obrigado aos sites e blogs que divulgaram e continuam divulgando o nosso trabalho.









DVD do Filme "Os Pés Benedita

Adquira já o DVD do Filme "Os Pés de Benedita pelo telefone: (84) 8855-0757 ou pelo E-mail: hailtonmangabeira@hotmail.com. Preço: 10,00 reais.

Filme "Os Pés de Benedita" é destaque no Jornal Potiguar Notícias



Acesse o link http://www.potiguarnoticias.com.br/jornal-impresso.html e leia a reportagem de Rômulo Estanrlêy que destaca o Filme os Pés de Benedita.

sábado, 22 de outubro de 2011

O Rio Grande do Norte na rota de Cabral





                                   
Lula Borges, diretor e editor do filme "Os Pés de Benedita", colorista do livro “A casa do telhado branco”, design gráfico, músico da Banda Pedubreu, vocalista e músico da Banda Kilume, aluno especial do mestrado da UFRN.

Mais informações: http://tribunadonorte.com.br/noticia/jornada-de-cabral-vira-animacao-3d/200117

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Tapera da falação

6° CULTIVANDO ARTE

 
APRESENTA

6° CULTIVANDO ARTE

“Cultura é o ato de cultivar”

O “Cultivando Arte” chega a sua 6° Edição como um espaço de produção e fruição cultural. Tem como objetivo principal melhorar a aproximação dos artistas e de suas práticas culturais inter-relacionada com a comunidade, buscando assim melhoria na qualidade dos serviços artísticos oferecidos. Fomentando gratuito e mensalmente shows musicais e exposições artísticas visual tendo como palco o Teatro Municipal Poti Cavalcanti em São Gonçalo do Amarante. Nesta 6° edição teremos os seguintes cultivadores:

Serviço: Show com Didi Torquato & Quarteto de Clarinete da Associação Cultural de Macaíba
Recital e Exposição de cordel e xilogravura: Hailton Mangabeira e Sebastião Palhares
Exposição do Filme: Os Pés de Benedita. Dir. Lula Borges
Encenação Teatral: Jocélio Nunes e Júscio Marcelino

Onde: Teatro Municipal Poti Cavalcanti – Rua A. Cavalcanti - São G. do Amarante
Dia: 22/10/2011
Que horas: 19h00
Quanto: Entrada Franca
Informações: (84) 8809-0452

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Filme: Os Pés de Benedita - Lançamento: 20 de outubro


No dia 20 de outubro, A partir das 19 horas, na Escola Municipal Profº João Faustino, no Distrito Industrial de Macaíba, , tendo como ponto de referência o Restaurante Carne e Queijo. Haverá toda uma programação cultural antecedendo o lançamento do filme Os Pés de Benedita. Os atores do filme são alunos da escola, funcionários, ex-alunos, pais e comunidade escolar. Confira a programação completa:

Programação

19:00  - Abertura
19:10 - Grupo de Dança do SESC
19:20  - Apresentação Musical com João  Maria, Gláucio Câmara, Fábio Augusto e Eliezer Francisco;
19:30  - Lançamento do Cordel de Sebastião Palhares: ABC de Macaíba;
19:40  - Quarteto de Clarinete;
20:00  - Lançamento do Cordel: Caminhos para a liberdade de Miguel Arcângelo Campos;
20:10  - Recital de Hailton Mangabeira;
20:30  - Exibição do Filme: Os Pés de Benedita;
21:20  - Sessão de Fotos; 
21:30  - Encerramento.
 Exposição de cordéis de Boquinha de Mel

Exposição de Xilogravuras de Sebastião Palhares

domingo, 18 de setembro de 2011

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

sábado, 10 de setembro de 2011

Acessibilidade para todos

O constrangimento vivido pela estudante de pedagogia Clarissa dos Anjos Melo, 23, há 15 dias em uma grande casa de shows de Natal, poderá ser considerado ilegal por causa de uma lei municipal que já existe em outras cidades brasileiras. Na semana passada, os vereadores Ney Lopes Júnior (DEM) e Assis Oliveira (PR) apresentaram um projeto de lei na Câmara Municipal do Natal, que garante ao acompanhante de pessoas portadoras de deficiência que façam uso de cadeiras de rodas o acesso gratuito a eventos culturais e esportivos. Atualmente, o projeto está em análise na Comissão de Constituição e Justiça, em seguida irá para as comissões temáticas e deverá ser aprovado em duas discussões, antes da sanção pela prefeita Micarla de Sousa (PV).

O fato inspirador da lei aconteceu no Teatro Riachuelo, uma hora antes do início da peça "Não existe mulher difícil", com o ator Marcelo Serrado. Tetraplégica, Clarissa dos Anjos não consegue se locomover sem ajuda de um acompanhante. Clarissa, sua irmã Camila e o noivo desta, na condição de acompanhante, foram ao teatro assistir a uma peça. O acesso gratuito do acompanhante já tinha sido franqueado pela casa de espetáculos em três outras oportunidades.

Surpreendida pela negativa da semana passada, a jovem cadeirante teve uma crise de choro. "Como eu estava distante da bilheteria, gritei pra ver se o gerente me ouvia e me atendia, e fiquei nervosa porque eu queria ver a peça. Fiquei chateada e depois, chorei", disse Clarissa. O comportamento da estudante causou comoção nas outras pessoas que se encontravam no terceiro piso do Midway Mall.

Teoricamente Clarissa teria direito à lei porque não ocupa nenhum assento do teatro, e sim assiste ao espetáculo em sua própria cadeira. "Nós insistimos. Eles informaram à gente que ela teria que pagar ingresso e que a cadeira ficaria vazia do lado dela. Conversamos com vários funcionários, em vão. Até essa informação chegar pra gente passou-se uma hora. Como não conseguimos entrar, fomos embora",declarou a irmã de Clarissa, Camila dos Anjos Melo, administradora de empresas.

Inspirado na ocorrência, os vereadores elaboraram um projeto de lei que garante a todo portador de deficiência, que necessite de cadeira de rodas, a gratuidade do ingresso para seu respectivo acompanhante em eventos culturais, esportivos e de entretenimento, organizados por pessoas de direito público, privado e/ou filantrópico. "O cidadão que tem algum tipo de deficiência é um cidadão como outro qualquer, e muitas vezes eles precisam que o poder público e privado possibilitem meios para mais acessibilidade. Não há diferenças. É comum que esses direitos, bem como dos idosos, mulheres, sejam negados", ressaltou um dos autores do PL, o vereador Ney Lopes Júnior.

Segundo o vereador, o acompanhante está ali para que possa ser garantido o direito de se locomover do cadeirante. "Ele só irá a qualquer espetáculo se tiver ajuda de alguém, e não pode pagar em dobro em detrimento de um cidadão que tem direito". Uma das preocupações dos autores da lei é com o mau uso do futuro benefício. "O ingresso do acompanhante é pessoal e intransferível. Essa medida tem objetivo de evitar má-fé, pessoas que se aproveitem dos cadeirantes e queiram entrar nos eventos gratuitamente", explicou Ney Júnior.

Fonte: Diário de Natal

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O folclorista Severino Vicente no Conexão Potiguar

Da Redação do PN

O presidente norte-riograndense de folclore, Severino Vicente, foi entrevistado pelo
jornalista Pinto Júnior na tarde de quarta-feira (24) no Conexão Potiguar.

Severino Vicente falou a respeito do seu livro “Folclore e cultura popular nas práticas pedagógicas”, da cultura folclórica e de sua estima pelo escritor Luís Câmara Cascudo.

Segundo ele: “O livro trata das novas conceituações de folclore, das culturas populares,além disso, é um livro feito para todo o país”.

Durante a entrevista, Severino Vicente, disse que o folclore não era estático. “Ele (o folclore) é uma ciência e como tal está sempre em transferência”, afirmou.

O escritor deixa claro também sua apreciação por Câmara Cascudo, segundo ele “tudo,
no Rio Grande do Norte, começou com Cascudo e terminou com Cascudo”.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Na corda do verso

Yuno Silva
repórter

Presente no cotidiano do nordestino desde o passado remoto, a literatura de cordel resiste ao tempo e continua sendo produzida com as mesmas características que a tornaram popular em feiras livres espalhadas, principalmente, por municípios do interior da região Nordeste.

Foto: Alex Régis
A relegada Poesia popular ganha espaço esta semana com lançamento da Caravana do Cordel, no IFRN, e lançamentos de livros como O Verso e o Briefing, de Clotilde Tavares

No mês dedicado ao folclore, uma série de eventos devem evidenciar ainda mais os livretos de origem Ibérica que eram comumente pendurados em cordas, cordões ou cordéis - daí o nome dessa forma primitiva de mídia, que fazia, e ainda faz, as vezes de rádio, televisão e jornal em muitos lugares.

A maratona de poesia popular começa amanhã, às 18h, na livraria Siciliano do Natal Shopping, com o lançamento do livro "O verso e o briefing - A publicidade na literatura de cordel" (Jovens Escribas), da escritora Clotilde Tavares; já na sexta-feira (26), durante todo o dia, o IFRN-Cidade Alta abre as portas para a Caravana da Casa do Cordel, que realiza extensa programação gratuita e aberta ao público a partir das 9h.

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A chegada do cordelista Zé Saldanha no céu


O evento, que contará com a presença da Ministra da Cultura Ana de Hollanda, em Natal para conhecer a brinquedoteca e o museu do brinquedo instalados no IFRN-Cidade Alta, marca o lançamento oficial do projeto itinerante que já passou pelos municípios de Florânia e Monte Alegre, com oficinas de cordel e xilogravura, sarau poético e palestras na bagagem. A iniciativa da Casa do Cordel reflete a força que a literatura popular ainda tem no RN, um fato comprovado na lista dos projetos selecionados pelo edital "Mais Cultura de Literatura de Cordel 2010 - Edição Patativa do Assaré", do Ministério da Cultura, onde potiguares figuram com destaque nas sete categorias. Entre os contemplados no edital do MinC está o poeta mossoroense Antônio Francisco, ocupante da cadeira 15 da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, cujo patrono é Patativa do Assaré.

Cordelista ambulante

O Poeta Silva, que estará presente no lançamento da caravana, traduz com propriedade a essência desse universo.

Manoel dos Santos Silva, 61, é um ambulante diferente: ele não vende doces, nem bebidas ou salgadinhos, muito menos acessórios para celular ou cópias de filmes hollywoodianos, seu produto é poesia - e vive exclusivamente disso há seis anos. "Trabalhava como garçom, e, a partir de 1990, nas horas vagas, comecei a vender meus cordéis na rua", informa o poeta, cujo principal ponto de venda é a passarela do Natal Shopping. "Todo mundo me conhece lá, sou o Poeta Silva da passarela", diverte-se o senhor de fala mansa e consciente da importância de se manter a tradição.

"Comecei a me interessar pela literatura popular aos 13 anos, quando meu pai me levava para ver as cantorias na cidade de Pedro Avelino", recorda Silva. Natural de Touros, o "poeta do mar colonial" passou a escrever instintivamente em 1986. "Só fui aprender a métrica das rimas agora, em 2009, quem me ensinou foi Deus", garante.

Questionado sobre a receptividade das pessoas, diz que enfrenta muita "turbulência": "Tem gente que não dá valor, não aceita nem um bom dia ou boa noite. Estou vendendo cultura, não aceito preconceito!", avisa. Pai de seis filhos, cinco vivos, Silva é um otimista e revela que um dia pretende ter sua banquinha pra vender os livretos que ele mesmo escreve e manda imprimir. "Ando muito o dia inteiro e estou ficando velho, às vezes me canso". Trabalha todos os dias até às 23h, limite de horário para pegar o último ônibus até sua casa no bairro de Nossa Senhora da Apresentação, na zona Norte da capital potiguar.

"Lembro que em setenta tinha muito cordel aqui no RN, em oitenta começou a desaparecer e em noventa quase acabou de vez. Só quem vendia era Seu Francisquinho na Feira do Carrasco, Quintas. Foi aí que comecei a fotocopiar minhas poesias", contou o ex-garçom do hotel Ducal e Samburá: "Até hoje faço meus bicos, tenho guardado em casa a farda, paletó e sapato", garante. Ele diz que atualmente vende bem menos cordéis que em 2006 devido a concorrência. "Já me chamaram pra vender DVD pirata, mas vejo amigos serem humilhados e prefiro continuar com meu negócio", disse. Sobre a preferência, revela que o público prefere mesmo são os versos picantes. "O povo quer é piada pesada, perjorativa, sacanagem. Mas cordéis sobre o cangaço também sai muito", finaliza.

Serviço

Quinta, 25 - Lançamento do livro "O verso e o briefing - A publicidade na literatura de cordel" (R$ 25), de Clotilde Tavares. Amanhã, às 18h, na Livraria Siciliano do Natal Shopping. Clotilde participa de bate-papo sobre a publicação na próxima segunda-feira (29), às 19h, no auditório da UnP da Floriano Peixoto, Petrópolis.

Sexta, 26 - Caravana da Casa do Cordel, das 9h às 22h no IFRN-Cidade Alta. Programação aberta ao público e gratuita: oficinas de cordel e xilogravura, sarau poético, apresentações musicais, lançamento de livros e CDs, feira de artesanato, palestras e exposições.

Casa do Cordel homenageia Zé Saldanha

Se depender de Abaeté do Cordel, que há quatro anos mantém em funcionamento a Casa do Cordel no centro de Natal, a concorrência de cordelistas vai aumentar. Autor de mais de 500 títulos, sem falar de outras centenas de livretos produzidos sob encomenda, Abaeté está à frente da Caravana da Casa do Cordel, iniciativa que pretende percorrer município do interior do RN com um pacote de atividades que incluem oficina de cordel e xilogravura, sarau poético e palestras. "Fazemos esse trabalho nas escolas de forma independente. Os professores gostam do cordel por ser mais simples repassar o conteúdo aos alunos por causa da métrica e da rima", informa Abaeté, que já passou com sua caravana por Florânia, em maio, e Monte Alegre, em julho.

De acordo com ele, há 36 modalidades de rimas: "Martelo agalopado, sextilhas, decassílabos, repente, oitava, nona...", enumera o poeta. Apesar do pouco tempo em atividade, a Casa do Cordel atende clientes de outras partes do país e chega a exportar seus livretos para os Estados Unidos, França e Alemanha. "Recebemos encomendas de Minas Gerais, São Paulo, Brasília, Salvador, Fortaleza e Santa Catarina. Como temos uma pequena gráfica própria, fica mais fácil publicar nossos livretos", comemora. Ao todo a Casa do Cordel reúne cerca de cinco mil títulos de vários autores. "Vamos criar por aqui o Canto do Poeta Zé Saldanha como forma de homenagear um dos maiores poetas populares que viveram aqui em Natal", diz apontando para uma parede - Saldanha falaceu há pouco mais de uma semana aos 93 anos.

Abaeté lamenta o fato do Agosto da Alegria não incluir a Casa do Cordel na programação. "Meu filho, Erick Lima, é a maior referência em xilogravura do Estado, quem sabe do Brasil, e só entraram em contato conosco para perguntar se queríamos participar de uma feira".

Entre os assuntos que ilustram os livretos, ou folhetos, há temas recorrentes como o cangaço, política, saúde, educação, trabalho, casamento, entre outros, e todos incluem o humor na fórmula. "O Brasil é o único país que ainda produz cordel, principalmente no Nordeste", afirma Abaeté.

A literatura de cordel e a publicidade

A afirmativa de Abaeté do Cordel é reforçada pela escritora e dramaturga Clotilde Tavares, que lança "O verso e o briefing - A publicidade na literatura de cordel" (Jovens Escribas) amanhã, às 18h, na Livraria Siciliano do Natal Shopping. "Somente no Nordeste do Brasil se produz o cordel da forma que conhecemos", garante Tavares. Seu livro é o desdobramento de uma palestra apresentada em 2008 na Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo, "mas não se trata de um texto acadêmico", avisa a escritora.

"Recebi o convite para preparar essa palestra traçando um paralelo entre a literatura de cordel e a publicidade. Já escrevi muito cordel sob encomenda, inclusive para peças publicitárias. No início do século 20 as informações chegavam em cidades do interior através do cordel, era o único meio de informação, e até hoje o aspecto jornalístico continua. Um bom exemplo disso foi a morte do Bin Laden, no dia seguinte já tinha cordel circulando com a notícia", reforça."As pessoas querem saber das notícias com a linguagem que conhecem e a literatura popular é um excelente meio de comunicação", aposta.

domingo, 21 de agosto de 2011

Lançamento da Caravana do Cordel


No mês de agosto, o IFRN Campus Cidade Alta será palco do lançamento oficial da Caravana Casa do Cordel, projeto itinerante que sairá pelos munícipios do Rio Grande do Norte apresentando diversas expressões da cultura popular da região. A volante do cordel é quem comanda a programação, que contará com palestras, lançamentos de livros e cds, oficinas de xilogravura e cordel, teatro de João Redondo, sarau poético e apresentações culturais.

A cultura popular do RN é muito rica, mas vem perdendo sua identidade e memória em detrimento de outras formas de expressão, bastante incentivadas pela mídia, que tem uma grande influência no público consumidor da cultura de massa.

Preocupado em resgatar uma parte importante de nossa história cultural e motivado pela carência da oferta de lazer e entretenimento aos municípios do Estado, este projeto propõe resgatar, fomentar e divulgar a arte da literatura de cordel, da xilogravura e outras tradições da cultura popular, no intuito de reacender o interesse pela riqueza e memória cultural do Rio Grande do Norte.

Partindo da premissa que “a arte nasce do povo”, nasce o desejo de interagir culturalmente com o próprio povo através dessas manifestações, para que haja sempre na expressão popular, o sentimento da arte de um modo geral e, ao mesmo tempo, mantenha viva a cultura do povo em seu cotidiano, contribuindo para ampliar os conhecimentos intelectuais, cooperando para o processo da redescoberta da arte, da cultura e da cidadania e manifestar a inclusão cultural.

Neste sentido, é preciso despertar o interesse pelas manifestações culturais locais, divulgando-as como oportunidade de fortalecimento da identidade comunitária e da valorização de suas raízes.

O lançamento do projeto Casa do Cordel em Caravana acontece na sexta-feira, 26 de agosto, com extensa programação aberta ao público das 9h às 22h, no IFRN Cidade Alta, Av. Rio Branco, 743.

PROGRAMAÇÃO

9h – Abertura

*Feira de cordéis e artesanato e chegada do grupo Folia de Rua.

*Lançamento do livro Histórias e memórias de um potiguar, de Malaquias José de Farias.

10h – Palestra

*A importância da cultura popular na educação, com Mery Medeiros, Drº Arnildo Albuquerque e Gutenberg Costa.

11h – Homenagem e intervenção

*Homenagem ao poeta Zé Saldanha.

*Intervenção poética com Manoel Cavalcante, Juarez Araújo, Emanoel, Rosa Regis, Hegos, Conceição Gama e Sírlia Lima.

14h – Oficinas

*Xilogravura, com Erick Lima.

*Cordel, com Manoel Azevedo e Abaeté.

17h – Teatro e poesia astral

*Teatro de João Redondo, com Genildo Mateus.

*Astrologia poética, com Malaquias José de Farias.

18h – Cerimonial

*Abertura do lançamento do projeto: Com Abaeté, José do Egito, Antônio Lima, Drº Arnildo Albuquerque, Mery Medeiros e representante do IFRN.

19h – Música e poesia

*Lançamento do CD Saudade da minha terra de Tonha Mota.

*Sarau poético com os poetas Ivan do cordel, Juarez Araujo, Neto Braga, Hailton Mangabeira, Zé Acaci e Antônio Francisco.

20h – Encerramento

*Zé Martins e Banda Fibra de Coco.

Cortejo cultural pelas ruas de Natal

Com o intuito de levar a cultura popular aos bairros da cidade, o projeto Agosto da Alegria promove o cortejo "Celebrando a Cultura Popular nos Bairros de Natal". O cortejo percorrerá, de 22 a 25 de agosto, sempre às 15h, os bairros das quatro zonas de Natal. O Agosto da Alegria é um projeto do Governo do Estado, promovido pela a Secretaria Extraordinária da Cultura/Fundação José Augusto em parceria com entidades públicas e universidades. "Celebrando a Cultura Popular nos Bairros de Natal" conta também com o apoio da Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seec).

Irão se apresentar grupos folclóricos de dança, teatro, bandas, baterias de escolas de samba, quadrilhas, entre outros. Grande parte das atrações é oriunda das Escolas Estaduais, Municipais e Particulares, Associações, Conselhos Comunitários, Clubes de Mães e Igrejas Católicas e Evangélicas.

O primeiro cortejo cultural acontece nesta segunda-feira (22), na Zona Norte da cidade. A concentração será na Praça dos Coqueirais, no Conjunto Santa Catarina, seguindo pela Avenida Florianópolis, Rua Ilhéus com destino a Praça de Eventos próxima a Escola Iapiçara Aguiar.

O cortejo prosseguirá com suas apresentações no dia 23, nas ruas da Zona Sul, com saída da Avenida das Alagoas, Neópolis (próximo a Yellow Vídeo), seguindo pela Avenida Ayrton Senna, Rua da Conquista, Rua Coparão, Rua Barbacena retornando pela Avenida das Alagoas até a Praça Tarcisio Maia;

No dia 24, o cortejo cultural irá invadir as ruas da Zona Oeste, com saída da Escola Municipal Joaquim Honório, seguindo pela Rua Baraúnas, Rua dos Pegas, Mercado das Quintas com destino a Rua São Geraldo.

A série de cortejos se encerra no dia 25, nas ruas da Zona Leste com saída da Escola Estadual Izabel Gondim - Rocas, seguindo pela Rua Pereira Simões, Rua do Areial, Rua Miramar até a Praça do Pescador na Praia do Meio. O cortejocontará, ainda, com a participação de grupos de dança, teatro e bandas filarmônicas de vários municípios.

Fonte: Tribuna do Norte

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Gutenberg Costa


Pesquisador, escritor, historiador, folclorista e conferencista. Estas são algumas facetas de Gutenberg Costa, nascido em Natal, no dia 8 de agosto de 1959. Sua paixão pela cultura popular remonta à infância, quando manteve os primeiros contatos com emboladores de coco e cantadores de viola, nos períodos de férias, em Pendências/RN.

Hoje, atua como sócio-correspondente do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia, da Academia Mossoroense de Letras/RN, da Comissão Paulista de Folclore/SP, do Instituto Memória de Canindé e do Instituto Marrocos de Estudos Sócio-Culturais/CE. Integra o corpo de estudiosos da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC).

O escritor é membro de várias instituições científicas nacionais: Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (IHGRN), Associação Estadual de Poetas Populares - Seção Natal e a Comissão Norte-rio-grandense de Folclore (CNF).

Possui 19 obras publicadas, dentre elas: "Natal: Personagens e Populares" - Edição Especial comemorativa ao 4º Centenário da Cidade do Natal; "A Presença de Frei Damião na Literatura de Cordel" - Homenagem ao Ano do Centenário de Nascimento de Frei Damião; e, a mais recente, "Presença do Folclorista Câmara Cascudo na Literatura de Cordel", que mereceu a Menção Honrosa no Concurso Nacional Câmara Cascudo.

Os próximos livros a serem publicados são: "Dicionário do Papa-Jerimum - Apelidos e pseudônimos do Século XVII ao XXI" e "Frei Damião: Algumas referências bibliográficas" (Em parceria com Mário Souto Maior).

Prêmios literários:
- 1º lugar no Prêmio Manoel Ferreira Nobre, 1998. Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.
- Menção Honrosa no Prêmio Nacional Câmara Cascudo, 1998. Fundação Capitania das Artes.
- Troféu Caju pelo conjunto de sua obra referente à cultura popular, 1998. Promotor cultural Lula Belmont.
- Prêmio Direitos Humanos na Área de Folclore, 1998. CDHMP.

Sobre Gutemberg Costa:

Aluízio Mathias, poeta e escritor
Falar do escritor e pesquisador Gutenberg Costa é contar a sua trajetória incansável pela Cultura Potiguar. Gutenberg Costa trilha pelos caminhos da Literatura de Cordel, do Cangaço, da História das Lutas Populares do Nordeste, do Folclore e da Religiosidade Popular. Publicou inúmeros artigos em vários jornais e revistas especializadas sobre esses temas. Proferiu palestras em vários Seminários e Encontros Culturais, a convite de instituições do país afora. Criou, em 1994, juntamente com o Prof. Adrovandro Claro, o Projeto "Mandacaru" - edições de poesias de cordéis. Quando esteve na Fundação José Augusto, em 1995, idealizou o Projeto "Chico Traíra", criando condições para a publicação de trabalhos inéditos de cordelistas potiguares. Ainda em 1995, foi eleito Conselheiro Municipal de Cultura, em Natal. Foi consultor do Projeto "Poesia Circular II", indicando poetas populares e trovadores para aquela fase de edição do projeto em 1996.

Ático Vilas-Boas da Mota, presidente da Comissão Nacional de Folclore
Gutenberg pertence à geração dos novos expoentes potiguares dispostos a darem continuidade à obra dos seus coestaduanos - ilustres e prodigiosos - no afã de não deixarem no limbo do esquecimento o legado de nossa cultura popular, o qual, sem o cuidadoso zelo de sua parte e dos seus pares, estaria totalmente condenado à poeira do tempo.

Dorian Gray Caldas, artista plástico e poeta
São inúmeros os estudiosos do cordel em nosso país, principalmente, os jovens das universidades desenvolvendo teses e estudos comparativos das abrangências do cordel das mais diversas especificidades. Destaco, em nosso Estado, estudos da importância dos de Gutenberg Costa. Ressaltamos, também, a contribuição de Veríssimo de Melo... e não esquecendo nunca a contribuição maior de Câmara Cascudo na abrangência de seus "Cinco Livros do Povo" e do "Dicionário do Folclore", obra maior da nossa formação étnica e antropológica."

Gutemberg Costa, além de inúmeros artigos publicados em revistas e jornais, já publicou, na área do Folclore, Gota de sangue num mar de lama (1992), Profetas do Nordeste (1994), Zumbi 300 anos depois (1995), O cangaceiro Antônio Silvino e sua presença no Rio Grande do Norte (1996), O riso da batina - anedotário histórico, folclórico e religioso da terra potiguar (1996), A presença de Lampião na literatura de cordel (1997), A presença de Frei Damião na literatura de cordel (1998), Santa Luzia e os olhos na religiosidade do Folclore (1998), A influência do cangaço na música popular brasileira (1998), Santo forte e lembrado, povo curado (1999) e Padre João Maria - o santo de Natal na literatura de cordel (1999).

Fonte: www.onordeste.com

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Entrevista >> Deífilo Gurgel - Por Sérgio Vilar

A brisa areiabranquense moldou a personalidade infantil de Deífilo Gurgel. Mas brotou dos serrotes verdejantes de Caraúbas o alumbramento poético adolescente. A sensação de vislumbre diante daquelas elevações e depressões distintas da paisagem plana de Areia Branca permanece mesmo aos 85 anos. Um dos maiores folcloristas vivos do Brasil gosta da volta ao passado. Recita poesias longas de Ferreira Itajubá, todas elas carregadas de nostalgias. A memória de Deífilo talvez seja tão prodigiosa quanto o seu conhecimento do folclore; tão intensa quanto a sua humildade e frieza quando encara os auspícios da alegria ou as armadilhas da tristeza. Na sobriedade característica, encara a velhice com alguma indiferença. Força a vitória contra as limitações da idade. O caminhar já se faz difícil. Quando se levanta, comenta: "É preciso equilíbrio. Estou igual aqueles prédios que balançam, mas não caem". E estabelece metas, sonhos para um futuro nem tão próximo. No alongado dos dias presentes, mantém a companhia do seu maiorinstante de euforia vivido: a mulher Zoraide. Além da visita constante dos nove filhos. Mas Deífilo é pai de muitas outras crias. Três delas talvez formem a "santíssima trindade" do folclore potiguar: a romanceira Militana Salustino, o coquista Chico Antônio, e o mamulengueiro Chico Daniel. E se é contra o natural dos acontecimentos o pai ver seus filhos morrerem, este filho legítimo do folclore assiste diariamente a decadência da arte popular, do folclore que o adotou já aos 44 anos. E desde então se tornou seu herdeiro mais legítimo.

Foto: Ana Amaral/DN/D.A Press

Muito se foi dito a respeito das suas descobertas no folclore, sobretudo de Dona Militana, Chico Antônio e Chico Daniel. Qual foi a mais gratificante?

Sim, dei muito mais entrevista do que mereço. Além desses três, redescobri Fabião das Queimadas e um romance cantado por ele desconhecido até então, chamado Cavalo do Moleque Fogoso. Mas o mais gratificante talvez tenha sido Chico Antônio porque foi uma completa surpresa. Maria José (dona Militana), eu já desconfiava porque tinha entrevistado o pai dela, que me cantou dois romances muito bons. Quando Mário de Andrade escreveu em seu diário a vida de Chico Antônio, cantando côco e bebendo sem parar, pensei que ele fosse se acabar logo, mas morreu com mais de 90 anos. Agora, a figura mais importante para a cultura é Militana.

Romanceiro Potiguar - fruto de pesquisa de mais de 10 anos - será lançado quando?

Segundo João Faustino me informou (o senador solicitou verba federal para publicação de quatro livros em parceria como a Academia Norte-rio-grandense de Letras) deve ficar pronto entre setembro e outubro. E como disse Mário Andrade em resposta a Manoel Bandeira, que perguntou qual o folclore mais importante que ele viu, o RN, disse ele.

O RN é detentor de uma cena rica do folclore. O senhor, um pesquisador nato reconhecido nacionalmente. Deífilo Gurgel pode ser considerado o maior folclorista vivo?

Um dos maiores. O professor Bráulio Nascimento, da Paraíba, que vive no Rio desde rapazote, e o paulista Américo Pellegrino Filho são muito bons. Bráulio tem pesquisa vastíssima sobre o romanceiro ibérico e nacional. Américo se debruça mais sobre esse folclore mais novo. E tem outros mais.

Dos cerca de 200 romances catalogados, uns 100 chegaram ao Brasil. Desses, o senhor descobriu uns 40. Quantos o Bráulio descobriu?

De raspão ele toca em quase todos eles, principalmente os romances ligados aos bois.

Esse livro do Romanceiro será o seu último?

Penso na segunda edição do meu livro de poemas, acrescentando alguns inéditos. E também a segunda edição do Espaço e Tempo no Folclore Potiguar. De repente pela Fundação José Augusto.

O senhor trabalhou em várias gestões culturais. Qual delas prestigiou mais o folclore?

Quando cheguei, tinha saído Franco Jasielo e entrou Sanderson Negreiros, sem muito interesse pela cultura popular. Depois veio Evaristo Leão, um professor de educação física que não fez p*... nenhuma pelo folclore. Depois, Valério Mesquita: fez alguma coisa, sem muito destaque. Seguido por Paulo Macedo, também sem interesse. Cláudio Emereciano também não. Iaperi talvez tenha sido o melhorzinho. Mas foi João Faustino quem realmente trabalhou pelo folclore.

Até hoje falta concretizar o espaço Xico Santeiro...

De uns tempos pra cá, desde aquelas nossas primeiras conversas, pensei no seguinte: esses grupos têm um repertório incrível. Há dez anos, por exemplo, filmei três horas de brincadeiras e cantorias da Chegança. Quem hoje tem saco para ver isso? Não assistem nem mais TV durante esse período. Ninguém entende mais o significado daquilo. Folclore precise de leitura.

Esse espaço não seria então um local de resistência?

Seria uma boa um espaço assim e um corpo de auxiliares que me ajudassem na revisão disso tudo. Em vez de 27 cantorias da Chegança, por exemplo, cantariam cinco. Em vez da apresentação com 40 figurantes do Fandango, só 20. E um microônibus deslocaria essa gente pelo interior e casas de cultura. Seria uma maneira de manter vivos os grupos, as casas de cultura e o folclore.

E há alguns resistentes...

Chico Daniel foi inegavelmente o maior mamulengueiro, mas o filho dele, Josivan, está aí. Mas é um cara que precisaria ser bem pago para continuar sua arte. Severino Guedes, do Bambelô Asa Branca, no Alecrim, morreu, seus filhos tentaram manter, mas desistiram; seguiram a religião evangélica: um sumidouro para o folclore. Se tivessem recebido incentivos talvez tivessem permanecido. Faz um tempo, vieram dois pernambucanos documentar o Fandango e Chegança de Canguaretama. Isaura (Rosado) me disse que assistiu uma apresentação de um grupo mirim de Fandango em Pernambuco. Só pode ter sido influência desse trabalho feito no Rio Grande do Norte. É questão de planejamento. Mas pra eu pensar tudo só, é de lascar (boceja, quando eram 21h).

E rotina: faz exercícios?

Faço exercício no quarto mesmo, quando acordo: uns exercícios respiratórios, uma flexões nas pernas, nos braços. Inclusive tenho uma bursite no braço - ô nome feio da p*..., ne? (risos).

E alimentação: conserva os hábitos interioranos?

Nos tempos de jovem eu fazia compra naquele mercado da Cidade Alta que pegou fogo. Comprava carne de gado, umas costelas com dois dedos de gordura. Eu cortava a gordura, parecia um queijo, aí comia pura. Isso me rendeu uma ponte de safena e duas mamárias. Mas foi há dez anos. Desde então, nunca mais. Hoje como principalmente frutas. Tenho meus 50 e poucos quilos. Mas meu peso nunca passou de 70.

A velhice é mesmo a chamada melhor idade?

Fico admirado de estar vivíssimo com 85 anos. Meu pai morreu com 64 com câncer no pâncreas. Minha mãe morreu com 77 de velhice. E do jeito que estou vivo e estribuchando, vou durar mais um bocado (risos). São raros os da família com mais de 80. Só meu avô paterno, que durou mais de 90 anos, mas era aquela vida no Sertão, né?

Quais foram os estresses?

(Olha para Carlos Gurgel, à frente, e ri) Foi desobediência. Esses danados (os filhos)... eu falava o que era o certo, mas insistiam em desobedecer. Mas cresci e evolui. Cansei de dizer o que é certo e errado. Não vim ao mundo para julgar, mas para tentar compreender meus semelhantes. Convencer o outro de que o melhor é o ABC ou o América é besteira.

São nove filhos. E a TV?

(Risos) Quando fiz os cinco primeiros, não tinha TV. Todo ano era um. Depois foram de três em três anos. E aí foram mais quatro.

Qual a maior alegria na vida?

Sei nem lhe dizer. Sou muito frio, sem muitas expansões pra essas coisas: nem para alegria nem para tristeza. Quando meu pai faleceu, fui ao sepultamento em Mossoró. Os outros filhos choravam, mas eu não sentia vontade. Com minha mãe,também. Mas quando descobri Zoraide pela primeira vez, fiquei emocionado, admirando a beleza dela. As amigas diziam que era a mulher mais bonita da cidade. E eu, um provinciano que veio do oco do mundo, iria conquistar? Mas depois de muito assédio, conquistei a rainha.

E a maior decepção?

Sou um cara que me acomodo muito com os percalços da vida. Mas o meu primeiro emprego veio quando passei em primeiro lugar entre 120 candidatos no concurso público para cargo de datilógrafo no Ipase. O gerente, Jurandir Cerri, viu meu interesse no serviço e fui promovido. Quando Getúlio Vargas foi deposto, o gerente eleito foi Eurico Dutra. Ele esculhambou o Ipase, quando eu já era delegado lá, e me substituiu por um contínuo do partido político dele. Eu nunca tive partido na vida. Aí fiz uma representação direta para o presidente Alcides Carneiro, da Paraíba. A resposta foi dez dias de suspensão. Não contei conversa e pedi demissão depois de oito anos no Ipase. Depois fui ser caixa no Banespa, onde passei 17 anos (nesse período, Deífilo se forma em Direito, em 67). Mas lá também pedi pra sair. Eu era meio doido nessa época. E me vi cinco meses desempregado, casado e com cinco filhos.

Foi quando a cultura o salvou?

Eu morava em uma casinha humilde em Areia Preta. Estava sentado em um banquinho próximo à Praia da Jangada, conversando com Zoraide sobre a vida, e João Faustino me aparece dizendo que tinha sido nomeado pra secretário de cultura na administração de Ubiratan Galvão e me convidou para ser diretor de promoções culturais, ganhando até mais. Não pensei duas vezes.

Qual sua ligação com a cultura e com João Faustino?

Edson Maranhão, pai de João Faustino, foi assessor jurídico no Ipase. Era amigo meu. E conheci João ainda menino de calça curta. Ele acompanhou a publicação de meus poemas nos jornais e resolveu me convidar. Minha função na secretaria era promover a cultura erudita e popular, mas me virei totalmente à arte popular, que não tinha praticamente nada a respeito. Cascudo só publicou o primeiro livre sobre folclore em 1949! (Sobre Vaqueiros e Cantadores).

Como os trabalhos iniciaram?

Já era 1970. Djalma Maranhão havia sido deportado há oito anos. No governo dele aconteciam grandes festivais de folclore. Nunca me interessei. Quando fui trabalhar com João, a mulher do governador Cortez Pereira, Aída Cortez, resolveu promover uma festa natalina com várias apresentações dos grupos tradicionais dos antigos festejos promovidos por Djalma. E eu fui o encarregado disso. Chamei o senhor Joaquim Caldas Moreira, braço direito de Djalma naquela época, para arregimentar esses grupos. Quando vi a primeira apresentação, do boi de reis de São Gonçalo, veio meu interesse. Me cerquei de uma biografia razoável e me aprofundei no estudo do folclore.

E a ligação com a poesia?

Trazemos do berço. Em Areia Branca eram aquelas águas desaguando no oceano: uma paisagem muito plana. Eu já sentia alguns pluridos poéticos, mas pela pouca idade e falta de orientação, não me arrisquei. Quando eu ia de férias à casa do meu avô em Caraúbas, já com10 ou 12 anos, ficava encantado com aquela natureza, aquelas serras. Eu ficava na calçada do meu avô olhando aquilo tudo. E lá não passava automóvel, só carros de boi, jumenteiras. E escrevia meus primeiros poemas: "Da esquina da rua do meu avô/ eu via o trem de carga do Patu/ que passava por trás do sítio de seu Joaquim Amâncio/ lançando na calma tarde sertaneja/ o seu apito longo e dolorido/ e lançava no meu coração doente de menino/ as primeiras sementes de poesia". Muita coisa da minha poesia, até hoje, são evocações de minha época de menino.

A poesia vem de Caraúbas e...

Tem uma frase de poema meu que sintetiza bem isso: "Onde termina o real; onde começa a poesia". (E cita um poema) Era ali que começava a poesia em mim.

Fonte: Diário de Natal