Macaíba

"Macaíba terra amada/ Histórica é uma beleza/ Filhos ilustres aqui brotam/ Manancial de nobreza/ Desde a sua fundação/ Desse solo, desse chão/ Tidos como realeza."

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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Hailton Mangabeira é destaque no site da Fundação Telefônica

Na infância do cordelista e professor norte-rio-grandense Hailton Alves Ferreira, todos os sábados à tarde eram reservados para uma tradição familiar. Ao voltar da feira-livre com as compras, sua mãe, dona Josefa, professora primária, reunia os 11 filhos sentados em círculo, à sombra da mangueira do quintal, para ler uma nova história de cordel. Hailton, o mais novo dos irmãos, empolgava-se com aquele tipo de literatura, recheado de desenhos em preto e branco, as tradicionais xilogravuras, que preenchiam os pequenos cadernos coloridos.
Ainda menino, Hailton não abandonou o esconde-esconde, o pega-pega, o “tô no poço” (também conhecido como passa-anel). Certa vez, criou um curral de brinquedo a partir de frutas verdes espetadas com gravetos. E lhe bastavam um caderno e um lápis por perto para a rima vir fácil. O cordel, gênero literário popular, escrito geralmente em estrofes, o marcou tanto que se tornou sua profissão. Hailton trocou o sobrenome por Mangabeira, em alusão direta à comunidade rural da cidade de Macaíba (RN), onde nasceu e vive até hoje, aos 41 anos, dando aulas em uma escola municipal. Em sala de aula, faz questão de trabalhar com a literatura de cordel e o violão, outra herança – essa deixada pelo pai, seu Manoel, consertador do instrumento.
“Nós não podemos nos esquecer do que o grande educador Paulo Freire, hoje Patrono da Educação Brasileira, dizia: a leitura do mundo precede a leitura da palavra. É por isso que a influência da cultura local ficou tão marcada na minha vida e deve continuar na vida das crianças”, conta. Recitais, cordéis e versos, acredita ele, além de trabalhar a cultura regional, são facilitadores para o processo de alfabetização do aluno. “Não é só ler por ler, é ler para entender”, diz Mangabeira. Orgulhoso, relata que muitas mães já vieram lhe agradecer pelo fato de o trabalho com o cordel “ter desenrolado muito fácil” a leitura e a escrita na vida de seus filhos.

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