sábado, 4 de fevereiro de 2012

A rabeca silenciada de um grande mestre

Faleceu na tarde de ontem, aos 92 anos, o Mestre Cícero, um dos mais autênticos representantes do folclore potiguar e tido como um dos patrimônios imateriais do país ao ter sido reconhecido, pelo programa Cultura Viva do Ministério da Cultura, como Griô (contador de história). O velório se deu em sua residência, em Santo Antônio do Potengi, distrito de São Gonçalo do Amarante, e o sepultamento ocorreu no fim da tarde, no cemitério público daquele distrito.


O Mestre faleceu em sua residência, em São Gonçalo do Amarante, onde ocorreu o velório. Sepultamento se deu ainda ontem. Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press
O prefeito de São Gonçalo, Jaime Calado, emitiu nota de pesar, em que dizia: "a comunidade de Santo Antônio do Potengi, assim como o povo de São Gonçalo, está de luto pela morte de um dos mais autênticos representantes do folclore do município. O falecimento de Cícero Joaquim de Oliveira, conhecido popularmente como Cícero da Rabeca, nos causa uma profunda tristeza. É mais um mestre que parte deixando um vazio na cultura sãogonçalense", disse.

Boi de Reis
A ONG Conexão Felipe Camarão, que manteve relação estreita com o mestre, também comunicou o falecimento. Segundo a nota emitida, o mestre "contribuiu imensamente para formação musical dos jovens de Felipe Camarão". Cícero da Rabeca acompanhou, com seu instrumento, o Auto do Bois de Reis do mestre Manoel Marinheiro por trinta anos. Ele veio de uma família de músicos e aprendeu a tocar com o pai aos nove anos de idade o "violino" genuinamente nordestino. Cívero integrou a orquestra do Boi Calemba do Mestre Pedro Guajiru e chegou a se apresentar para o presidente João Figueiredo, na Esplanada dos Ministérios, no ano de 1972.

Fonte: Diário de Natal